EU SOU O MENSAGEIRO
Conheça Ed Kennedy: taxista, patético jogador de cartas, um desastre no amor. Mora numa casinha alugada com seu cachorro viciado em café e está apaixonado pela melhor amiga. Seu dia-a-dia é uma rotina de incompetência, até que, sem querer, impede o assalto a um banco. Então recebe a primeira carta: um Ás.
É quando Ed se torna o mensageiro...
Escolhido para socorrer, ele segue seu caminho na cidade ajudando – e machucando (quando necessário) – até que resta apenas uma questão:
QUEM ESTÁ POR TRÁS DE SUA MISSÃO?
Eu sou o mensageiro é uma jornada enigmática repleta de humor, socos e amor.
Tradução de: THE MESSENGER
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca, 2007.
Classificação: Ficção, Romance australiano
Preparativos de viagem
Centenário Mario Quintana 1906-2006.
Os preparativos descritos neste livro por Quintana não abreviam a aventura das viagens. Longas ou curtas, no tempo e no espaço, nelas seguimos, apesar do aparente deslocamento, ancorados pela memória (“Não importa que tenham demolido:/A gente continua morando na velha casa / em que nasceu.”), reféns do afeto (“o meu amor é sempre o mesmo: / As andorinhas é que mudam.”).
Algumas vezes, o périplo é interior (“O sono é uma viagem noturna.”); outras, define percursos para fora da identidade (“nos espelhos, / Procuro, em vão, minha perdida imagem!”) ou mesmo da existência (com o valor contestatário atribuído à morte como deboche contra os vivos: sobre o rosto defunto, o riso vermelho dos clowns).
O poeta tira ainda partido do contraste entre o tom elevado, sentencioso, e a realidade comezinha: contrapõe o canto das sereias, que desnorteia a nau, à algazarra das crianças na hora da partida; suja o amor com cocô de passarinho; leva os bondes ao infinito. Tal contraste também se dá no próprio plano vocabular pela mistura entre o precioso (a vibratilidade dos álamos, o frêmito da orelha desnuda) e a informalidade dos diminutivos, por exemplo.
Sem falar no efeito pictórico de muitos desses versos em que velhas jogam paciência com a chuva e a lua aguarda os suicidas no fundo do poço.
Encurte-se, porém, o preâmbulo, despache-se o leitor. Que ele parta já, de preferência, sem bagagem (“como é repousante / Não ter bagagem nenhuma!”).
Embarque por onde queira e desça onde deseje:
O bilhete é único e não tem prazo para acabar.
Fabio Weintraub.
Autor: MARIO QUINTANA
Editora: Globo
Classificação: Poesia brasileira, Bibliografia.